Diz-se que havia um menino que era interpelado por um
adolescente de apenas treze anos, que sempre “pedia” seu dinheiro a caminho da
escola. À época, acabava entregando-lhe as moedas do lanche, temendo alguma
agressão, e os consecutivos atos do pedinte só vinham a deixar-lhe ainda mais
fraco, tanto de ânimo quanto de corpo, visto ficar sem o que comer nos
intervalos escolares.
Os anos passaram, o menino cresceu, se tornou adulto,
conseguiu emprego. E continuou tendo que dividir parte de seu salário com o “pedinte”,
agora também de barba na cara, mas sem escrúpulo tampouco vergonha alguma.
Certo dia, contudo, ocorreu-lhe uma ideia e perguntou ao
vagabundo:
- Você sempre a pedir esmolas! E se eu não lhe entregar o
dinheiro?
- Aí, irmão, vou ter que te assaltá.
- Vai me assaltar?
- Pode ter certeza, mano!
Aí, o homem pegou a carteira em mãos, abriu-a de forma que o
“pedinte” visse as quatro notas de cem reais dentro, e, para espanto do
bárbaro, voltou a guardar a carteira sem entregar nenhum tostão.
- Eu te avisei, f.d.p., se não me der.... – E arrancando uma
faca, disse, ameaçador: - Isso é um assalto, desgraçado. Passa toda grana aí.
O ameaçado, ainda tranquilo apesar da situação, esboçou um
leve sorriso no canto da boca. Então, inesperadamente, chutou a faca,
imobilizou o bandido contra uma árvore e colocou com habilidade umas algemas
que trazia consigo, devido à profissão que adquirira sem o outro saber.
- Você está preso, amigo. Só estava esperando você deixar de
ser um “pedinte” para assumir o papel de ladrão. Demorou... mas esse é o meu dia de sorte!
O bandido saiu arrastado, resistindo. E o menino, agora um
policial, foi levando o preso, com a satisfação de ter o dever de vários anos
finalmente cumprido.
Moral: Trabalhe
muito e aguarde. A oportunidade surgirá.
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