Quem leu O Código da
Vinci e não se apaixonou pelo estilo deste que, ao meu ver, é um dos
maiores escritores de ação de todos os tempos? Autor de Anjos e Demônios, Ponto de Impacto, Fortaleza Digital, Inferno e O Símbolo Perdido, suas obras já foram publicadas
em 54 línguas e 200 milhões de cópias já foram impressas.
Quem me conhece, sabe que não sou muito fã de best sellers. Geralmente, os escritores que o mercado elege
como excelentes não me atraem muito com sua “arte”, mas garanto: Dan Brown é o
cara! E inúmeras razões me levam a concluir isso.
Primeiro, antes de criar o universo ficcional, Dan Brown (e
sua equipe atual de trabalho) pesquisam exaustivamente. O cenário escolhido frequentemente
é o real e não existe como mero pano de fundo. Muitas vezes, o cenário é mais
importante que o protagonista, e, por isso, o narrador o descreve fielmente em
todos os aspectos: histórico, cultural, social. Isso, por si só, já torna a
obra de Dan Brown diferente em termos estéticos, afinal, a estratégia
possibilita que o leitor conheça a fundo o local e saiba que ele não foi eleito
pelo escritor por mero acaso.
Em Inferno, por
exemplo, somos levados a um passeio incrível por Florência e, definitivamente, somos
informados de muitos segredos que o lugar esconde. Enquanto eu estava na
Galeria Uffizi, apreciando as obras de arte ao vivo e em cores (as mesmas obras
que podiam ser encontradas na Bíblia coloridíssima de minha família), não parava
de pensar: haverá passagem secreta neste lugar, levando-me a ponte Vecchio? Ou a
algum outro ponto da cidade? Pois Dan Brown desvela esse e outros segredos; e,
para isso, precisa pesquisar muito. A impressão que o leitor tem, portanto, é a
de que o enredo foi parcialmente planejado antes de o autor começar a escrever.
Dan Brown sabe onde pretende chegar antes de escrever as primeiras linhas da
ficção e trata de dominar bem o assunto antes de partir para a aventura.
Outra estratégia crucial que faz com que sua narrativa nos
deixe sem fôlego: capítulos curtos,
intercalados com a fala do narrador e a dos personagens (lembre-se de que
quando os personagens falam, a narrativa ganha mais rapidez e agilidade) e que
se encerram com uma frase bombástica que deixa o leitor em alerta de que algo
acontecerá no próximo capítulo. Se você tiver algum livro do Dan Brown em mãos,
pode conferir o final de cada parte. Cito O
Símbolo Perdido como exemplo: “Você logo perderá tudo o que lhe é mais
precioso” (p. 13). Ou então, “E agora, finalmente, seu último peão havia
entrado no jogo” (p.21). São frases de impacto, percebe? Curtas, porém
ameaçadoras, levando o leitor a uma pequena descarga de adrenalina.
FORTALEZA DIGITAL - SINOPSE
Brown mergulha no intrigante universo dos serviços de informação
e ambienta sua história na ultra-secreta e multibilionária NSA, a Agência de
Segurança Nacional americana, mais poderosa do que a CIA ou qualquer outra organização
de inteligência do mundo.
Quando o supercomputador da NSA, até então considerado uma
arma invencível para decodificar mensagens terroristas transmitidas pela
internet, se depara com um novo código que não pode ser quebrado, a agência
recorre à sua mais brilhante criptógrafa, a bela matemática Susan Fletcher.
Presa numa teia de segredos e mentiras, sem saber em quem
confiar, Susan precisa encontrar a chave do engenhoso código para evitar o
maior desastre da história da inteligência americana e para salvar a sua vida e
a do homem que ama.
FORTALEZA DIGITAL – CURIOSIDADES
Primeiro livro do autor, ainda não tinha o professor Robert
Langdon como protagonista. Ainda assim, já se nota a habilidade de Dan Brown de
chegar à pessoa certa e arrancar dela informações secretas, tão protegidas por
governos do mundo todo. No livro, há muito detalhe técnico da área de
informática, mas a compreensão em nada fica prejudicada pelos leigos (como eu)
no assunto, já que o autor tem aptidão em escrever com uma linguagem fluida e
envolvente.
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Até a próxima!
Por Cristiane Krumenauer
(autora de Atrás do Crime, Chamas da Noite
e da série de
suspense Contos da Namíbia)