Nesta
semana em que celebramos o Dia Internacional da Mulher, está mais do que na
hora de frisarmos a importância do sexo feminino na autoria de ótimos livros
policiais. (Acho que) Foi-se o tempo em que mulheres precisavam usar pseudônimo
masculino para serem lidas, um preconceito justificado no passado porque não
recebíamos a mesma educação que os homens, já que precisávamos nos aperfeiçoar
apenas como mães, esposas, donas de casa.
O
decorrer dos séculos ficou do nosso lado e, sim, estamos abrindo caminho em
diversas áreas; embora continuemos a ter salários menores e sermos, com maior
frequência, questionadas quando numa posição de liderança. Afora isso,
lembremos que enquanto muitas mulheres dizem: "Vivemos num mundo melhor do
que antes", ainda existem aquelas que sofrem humilhações, violência
doméstica, abusos, estupros e, claro, elas não concordariam com a ilusão de que
Vivemos-Num-Mundo-Melhor-Do Que-Antes.
Leitores
do blog, fica a denúncia. Infelizmente, a misoginia ainda não foi erradicada da
história da humanidade. Pode ter diminuído, mas não abandonemos nunca as que
continuam sofrendo com esse atraso cultural e sociológico.
Então, em
homenagem a esse dia tão importante, vou listar aqui dez nomes de autorAS da
literatura policial. Primeiro, a nível internacional e depois, algumas do Brasil.
INTERNACIONAL
1. Agatha Christie: obviamente, essa seria a primeira a ser citada. Ela é conhecida por
seus 66 romances de detetive, 150 contos, peças teatrais e os famosos Hercule
Poirot e Miss Marple. A Rainha do Crime vendeu milhares de livros no mundo
todo, sendo apenas superada por Shakespeare e a Bíblia.
2. Patricia Highsmith: com personagens assolados pela dúvida e com
tal senso de dualidade psicológica, os leitores mais exigentes e críticos ficam
desconcertados pelas correntes psicológicas anormais encontradas nos romances
de Patricia. O fato de que ela apresentou forçosamente Tom Ripley como um
'herói criminoso' era algo inteiramente novo. Quem ainda não leu O Talentoso Ripley vai ficar
impressionado por se ver torcendo para que o criminoso saia impune por seus
crimes.
3. Gillian Flynn: autora de Objetos Cortantes,
Lugares Escuros, Gone Girl, Garota Exemplar, entre outros, a autora se
destaca pelo humor ao retratar suas personagens e por reviravoltas que fazem o
leitor se questionar "como ela pôde fazer isso comigo?". Em Garota
Exemplar, por exemplo, percebe-se grande influência biográfica da autora, com
detalhes que enriquecem e dão um colorido realista à obra.
4. Paula Hawkins: é uma escritora britânica nascida
no Zimbabwe, mais conhecida pelo seu romance de
suspense, o best-seller A
Garota no Trem. Por volta de 2009, Hawkins começou a escrever comédia romântica de ficção sob o pseudônimo de
Amy Silver, tendo escrito quatro romances, incluindo Confessions of a Reluctant
Recessionista. Ela não conseguiu nenhum sucesso comercial até
desafiar a si mesma a escrever uma história mais adulta e séria. Seu best-seller The
Girl on the Train (2015) é um complexo thriller,
com uma protagonista insegura, desempregada e alcoólatra, mas que deve superar
a si mesma para desvendar os mistérios pregados por sua própria memória.
AS NACIONAIS
5. Cláudia Lemes: natural de Santos (SP), Cláudia Lemes cresceu no Rio de
Janeiro, na Califórnia (EUA) e no Cairo (Egito). Teve a oportunidade de
conhecer dezenas de países em quatro continentes e foi essa vida cheia de
aventuras, a responsável por seu fascínio pela história, mente e comportamento
humano.
Cláudia
é autora de Eu Vejo Kate, Trilogia
Woodsons e do lançamento Um Martini
com o Diabo.
6. Carina Luft: é gaúcha e lançou seu primeiro romance
policial, em 2010, chamado Fetiche.
O livro foi finalista do Prêmio Açorianos em 2011 e publicado na
Alemanha, Áustria e Suíça em 2013 através da Editora Abera. Em 2014, a autora
publicou seu segundo romance chamado Verme.
Em 2015, concedeu o direito autoral da obra Fetiche para a Editora Oksimoron da
Croácia e foi Patrona da 13ª Feira do Livro de Montenegro e 9ª Feira do Livro
do Vale do Caí. Carina também escreve contos e crônicas para o seu blog
magazine. Para saber mais, confira em www.carinaluft.com.br
7. Vivianne Geber: a autora é militar há 19 anos, prestando assessoria jurídica à
Marinha do Brasil. Em Missão pré-sal
2025, a autora utiliza seu conhecimento profissional para trabalhar com
grande habilidade questões factuais na envolvente trama de espionagem.
8. Paula Bajer Fernandes: nasceu em 62 e vive em São Paulo. É Procuradora da República e escreveu
livros jurídicos e artigos acadêmicos. Desde 2012 escreve ficção. Publicou
"Viagem sentimental ao Japão",
"Nove tiros em Chef Lidu"
e "Feliz aniversário, Sílvia".
Os dois últimos são policiais. Seus personagens, divertidos tentam se livrar da
angústia de não saber e não conhecer tudo. Paula integra o Coletivo Literário
Martelinho de Ouro, só de mulheres, com quem já publicou diversas coletâneas.
Tem os blogues lolitaimaginario.com e cheflidu.com.
9. Fernanda Chazan Briones: escritora paulistana, também conhecida por
“Tia Fê”, tem três livros publicados e uma enorme
influência hispano-americana, fruto de sua graduação literária em
Buenos Aires. Fernanda é uma artista excêntrica, criativa,
inovadora e, acima de tudo, empoderada. Fã do Darth Vader e da
Virgínia Woolf, ela gosta mesmo é de problematizar! Por isso, resolveu criar o HOLA SOY FERNANDA, um espaço onde pode
falar sobre os três assuntos que mais ama: literatura, empoderamento e
latinidades. Confira: youtube.com/canaldatiafe e/ou facebook.com/fernandachazanbriones.
10. Cristiane Krumenauer: é autora de Chamas da Noite
(Ed. Giostri, 2014), Memória, Imaginação
e Narração (NEA, 2014), da série Contos da Namíbia (2015) e Atrás do Crime (Giostri, 2016). É
mestre em Linguagem, Interação e Processos de Aprendizagem pela
UniRitter Laureate International Universities. A autora gaúcha vive atualmente
em São Paulo. Em 2015, residiu em Windhoek, Namíbia, onde fez uma pesquisa
cultural junto às tribos africanas. A série Contos
da Namíbia é o resultado de várias histórias narradas pelos namibianos.